Nair e Tufik
Nair Kairalla nasceu em Monte Alto/SP em 08/05/1919. Sempre foi muito esforçada e dedicada aos estudos, por isso precisou morar numa pensão em Jaboticabal para cursar o Magistério, pois em Monte Alto não havia escola. O sonho era ser médica, mas naqueles tempos teve dificuldades, porque além da crise financeira que seus pais estavam atravessando, existia o preconceito da mulher em cursar Medicina.
Na formatura do Magistério, convidou seu primo distante, Tufik Kairalla, para dançar a valsa. Logo em seguida começaram a namorar e se casaram. Tufik Kairalla era natural de Hasbaya, no Líbano, nascido em 15/08/1910, filho de Nabiha Chamelet Kairalla e Fares Kairalla.
Nair e Tufik moraram alguns anos em São Paulo e tiveram três filhos: Feres, Gilberto e Antônio Carlos. Depois se mudaram para Andirá/PR para ajudar na administração da fazenda da família e tiveram um comércio de secos e molhados.
A partir desta mudança, tiveram mais dois filhos – Leila e Sérgio – e permaneceram na cidade até o falecimento de Tufik em 19/04/2004. Nair continuou com o trabalho da loja até 2011, quando encerrou definitivamente as atividades. Em 2015 mudou-se para São Paulo para morar com a filha Leila.
Nair faleceu em São Paulo/SP em 07/03/2017, próxima aos 98 anos, e Tufik faleceu em Andirá/PR, em 19/04/2004, aos 93 anos.
Memorial de Nair Kairalla
◊ Monte Alto/SP, 08/05/1919 – (†) São Paulo/SP, 07/03/2017
Por Gabriel Kairalla,
filho de Antonio Carlos
Querida Cito Nair,
Falar de você em poucas palavras é muito difícil, pois você foi uma mulher de fibra e de enormes qualidades.
A maior delas, que regeu sua vida inteira, foi sua FÉ. Sempre carregou Cristo e Nossa Senhora dentro de si e não fazia cerimônia em demonstrar isso.
Certa vez falou com orgulho “Eu queria tanto ter um filho Padre, mas Deus me deu um filho que é ‘Ministro da Eucaristia’ e de suas mãos eu recebo Jesus”.
E nesta fé ela educou seus 5 filhos, nesta fé ela amou seus 9 netos, 6 bisnetos e mais 1 bisneto que está chegando. Nesta fé, amou seu próximo e a todos era capaz de dizer: “Eu te amo, obrigada por você existir”.
Compadecia-se da dor alheia, rezava e rezava. Dizia que rezar era seu Bem Maior. Era sua força.
A cidade de Andirá, onde viveu maior parte de sua vida, a conheceu pelo amor e carinho que distribuía a todos e com todos partilhava a coalhada, o charutinho e os deliciosos bolos que ela mesma preparava. Não media esforços para receber em sua casa quem fosse visitá-la.
Pessoa de enorme conhecimento da vida e da cultura. Acompanhava os acontecimentos lendo diariamente seu jornal.
Adorava viajar, passear, comer bem. Adorava viver!
Seu lema: Dar bons conselhos.
Ela também tinha seu lado moleca, seu lado marota, pregando peças na gente e nos dando um enorme susto quando resolvia encher de ar um saco de papel e estourar.
Ria-se pra valer, e se divertia com muito pouco.
Possuidora de um espírito jovem, mesmo a estranhos dirigia-lhes com palavras de carinho, com um sorriso e seu encantamento atingia a todos.
A bandeira do Apostolado do Sagrado coração de Jesus, a quem ela pertenceu por muitos anos, sobre seu caixão foi colocada e o canto “Coração Santo” foi entoado.
Hoje ela está lá, com ELE e com certeza intercedendo por todos nós.
Em nome da família Kairalla, agradeço a presença de cada um de vocês nesta celebração e a todos aqueles que nos confortaram neste momento.
Obrigado