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André

André

André nasceu rápido e rasteiro no dia 7 de maio de 1978.  Os pais, Rose e Constantino, haviam reservado com grande antecedência um quarto no Hospital Albert Einstein, que era o único que oferecia, então, serviços de alojamento conjunto para os pais e o recém-nascido.

O nome foi escolhido pelo pai, ainda durante a gravidez da mãe, abrindo os Evangelhos de modo aleatório. A sugestão viria do primeiro nome que aparecesse na página. Neste caso foi o do apóstolo André. E a indicação caiu muito bem no gosto da família. Nome enxuto e forte!

André especializou-se em Informática e, em 2006 foi para a Itália, onde obteve cidadania italiana. Trabalhou dois anos em Roma e está desde 2009  em Londres, como programador no London Bank.

Em 2014 André viajou pela África, da Cidade do Cabo ao deserto da Tunísia.

Suas atividades de lazer estão voltadas essencialmente para visitas aos países e regiões de todos os continentes. Desenvolveu também o gosto pela fotografia e para conhecer amostras de suas galerias de fotos veja: www.facebook.com/andre.cr.

Mudança para a Itália em 2006

Para informar seus tios e primos sobre os desafios de obter cidadania italiana, o que os descendentes de Constantino Riemma não estavam conseguindo de modo direto, André fez um relato de suas iniciativas:

De: Andre
Enviada em: sábado, 31 de março de 2007 18:23
Assunto: Relato da minha saga na Itália

Olá a todos da família Riemma, desculpem não escrever antes nem dar noticias, mas como podem imaginar o começo é sempre muito difícil. Vou contar um pouco do que aconteceu desde que cheguei aqui:

Cheguei à Itália em 27/9, com um único objetivo: cidadania italiana. Mesmo sendo minha primeira vez fora do Brasil, não estava pensando em turismo nem em gastar euros. Vim com todos os documentos prontos (pelo lado Cirillo, da minha avó Alzira), evitando imprevistos. Desde que tive a ideia e vontade de vir pra cá, se passaram mais de dois anos de muito estudo (sobre o processo, sobre as leis e de língua italiana) e de espera pelos documentos. A ideia que eu tinha era de vir pra cá, obter o reconhecimento da cidadania italiana e morar aqui, apesar de não ter deixado essa ultima ideia tão publica assim.

Vim com um amigo que estava com os mesmos objetivos que eu e que, curiosamente, também trabalhava com informática e era corinthiano. Bom, talvez ele ainda seja corinthiano, eu acho que já não sou mais.

Estávamos 100% preparados. No entanto, chegando à Itália enfrentamos muitos obstáculos e muitos imprevistos.

Em Loreto, na província de Ancona, alugamos a casa de uma brasileira que nos disse que lá seria tudo rápido. Erramos feio e tivemos que ir embora 20 dias depois, com muitos euros a menos. A cidade, apesar de pequena, era bonita e a casa grande, mas a população era de idosos e todos os supermercados eram longe. E pra piorar, não quiseram aceitar nossos documentos, ou melhor, com briga aceitariam, mas vimos que a situação lá era ruim.

Já impacientes fomos pra Perugia, depois que um brasileiro em 15 minutos no telefone nos arrumou uma casa pra alugar. Em Perugia era mais garantido, pois estava cheia de brasileiros fazendo o processo de cidadania, no entanto tinha mais fila e demora. A casa era MUITO pequena, suja (durante nossos meses lá achamos 4 escorpiões), mas era muito bem localizada e acabou sendo melhor dividir a casa em 2, do que morar numa casa maior com 8 pessoas. Demos a entrada no processo dia 19/10, então já ficamos mais sossegados sem o medo de acabar o prazo. Pegamos uma permissão que dava direito de ficar na Itália até ficar pronto o processo.

A residência em Perúgia, durante 2006, foi oportunidade para estudar e e estabelecer novas relações.

Em novembro entrei na Universitá Per Stranieri di Perugia, onde pessoas do mundo inteiro estudam italiano. Foi a melhor época de Perugia, pois eu ficava na Universidade das 8 da manha as 8 da noite, conheci muita gente do mundo todo e saí bastante.

Em dezembro, já com o processo bem encaminhado e já registrado em Perugia como residente, fui passear a turismo. Fui para Roma e depois fiquei 15 dias em Acerra, onde foi tudo perfeito como relatado em outro e-mail. No entanto, chegando a Perugia dia 2/1 tive a péssima noticia de que o meu processo estava empacado. Por algum problema ou azar, perdi mais de um mês esperando.
Foi difícil a espera, pois significou muitos euros a menos, paciência a menos, mais tempo parado na minha profissão, entre outros.

Finalmente no dia 7/2 eu recebi a noticia de que tinha virado italiano. Foi um pequeno alivio, mas ainda tinha muito o que esperar. Como meu nome mudou (aqui não se usa sobrenome da mãe) precisava esperar mudar meu “CPF italiano”, para só depois pedir o passaporte e o RG italiano. Ou seja, eu era italiano, mas não podia trabalhar. Bom, não sei se por azar ou de novo problemas, cada passo seguinte demorou. Então mesmo sem documento me mudei para Roma dia 1/3, pois já começaria a procurar algum trabalho e quando achasse já teria ficado pronto meu RG.

Depois de procurar empregos como ajudante de garçom e lavador de pratos e não ter bons resultados, dia 8/3 comecei a mandar meu currículo de informática e 2 dias depois já tinha entrevista marcada. Em 3 dias fiz 6 entrevistas e finalmente eu vi a sorte chegando. Depois de tantos problemas e azar finalmente alguma coisa estava funcionando. Ajudou também um curso que fiz no Brasil, já pensando que me serviria aqui.

André mudou para Roma no início de 2007 e logo arrumou seu primeiro emprego.

Acabou dando certo no emprego que eu estava querendo e eu comecei dia 19/3, pois me deram tempo de ir pra Perugia buscar meu RG e assinar o contrato com a empresa. Sou contratado de uma empresa grande que presta serviço para o Correio da Itália, cuidam dos sistemas de internet e informática.

Aqui na Itália o salário não é bom como na Inglaterra, mas pra começar eu não tenho nada a reclamar, pois além de tudo terei a chance de aprender muito.

Já estou lá ha 2 semanas, mas não tão adaptado ainda. Fico alocado na sede central do Correio aqui em Roma, um prédio muito grande e com muita gente. Falar italiano informalmente è uma coisa, falar num escritório com 30 pessoas é difícil, ainda mais pelo medo de errar. Mas è questão de tempo. As pessoas da minha equipe, com quem sempre falo, já se acostumaram comigo e eu com eles. O RG italiano demorou quase 6 meses, mas pra ser mesmo um italiano vai demorar um pouco mais.

Sobre a cidadania na Itália, desde dezembro as coisas complicaram um pouco. O primeiro passo que em 2006 levava 1 dia, agora não está nem ficando pronto mais. Então a fase é de aguardar as novidades e mudanças. A maioria que esta vindo em 2007 está com muitas dificuldades. A decisão de vir pra cá não é fácil, mesmo vindo numa época considerada boa, eu levei 6 meses, gastei quase todas minhas economias de 3 anos e larguei tudo, com chance de ter dificuldades pra recuperar a profissão depois. Enfim, esse assunto debateremos depois via e-mail entre os interessados.

O problema de estar longe è não participar das festas, novidades e até casamento eu vou perder. O começo de espera pela cidadania foi muito incerto, corrido e difícil, então só agora as coisas estão acontecendo e a ficha caindo.

Gostaria também agradecer a todos pela força e pela torcida.
Em breve espero mandar e também receber novas boas noticias.

Abraços,
André

 

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